quarta-feira, 30 de maio de 2012

Benjamin

Quando engravidei, entrei em pânico. Não acreditei no que estava vendo no resultado do teste de gravidez e fui ver no youtube um exemplo de resultado de teste, pra ver se eu tinha entendido direito. Comecei a chorar quando vi uma mulher toda feliz porque estava grávida e o resultado era igualzinho ao meu. Não era a minha hora. Nunca foi. Sempre disse que jamais teria filhos, citava até Machado de Assis e aquela frase sobre não deixar legado nenhum para a humanidade.

Pois bem. Na mesma semana, o pânico foi cedendo ao carinho. Eu me olhava no espelho, tocava minha barriga, e por mais que lá só existisse um embrião, na minha cabeça havia um bebê. Lá estava Benjamin. Algo metafísico e muito louco me fazia amar Benjamin ainda embrião.

Desisti de abortar. Decidi enfrentar o mundo e o um monte de poréns para ter o meu filho. E lembrava que Walter Benjamin, o filósofo judeu alemão que me inspirou a colocar esse nome, escreveu sobre utopias em plena Segunda Guerra Mundial. Benjamin é o autor que eu mais utilizo na minha dissertação. A história, para Benjamin, não conduzia ao progresso, mas consistia numa sucessão de catástrofes - porém, cada catástrofe era um kairós, ou uma oportunidade perdida, e se abria para a história da luta de classes. Um dia a vitória da opressão, mas em algum dia haveria a vitória daqueles que sempre foram vencidos.

Muitos disseram que eu seria derrotada, que não conseguiria escrever uma dissertação grávida e parindo bem no meio do mestrado. Pois, estou escrevendo sim, e mais, ressignifiquei a relação entre minha gravidez e o mestrado dando ao meu filho o nome do principal autor da minha dissertação. Hoje descobri no exame de ultrassom que é um menino mesmo, meu Benjamin.

"Uma máxima brechtiana: nunca começar a partir dos bons, velhos tempos, e sim a partir destes, miseráveis.” Walter Benjamin.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Chocolate

Desde que engravidei, tornei-me uma chocólatra. Antes eu gostava de chocolate, beleza, comia de vez em quando, não era nada que eu fizesse questão. Mas agora que estou grávida eu preciso do meu sagrado chocolate de todos os dias. Todo santo dia eu como seja um bombom, uma barrinha de chocolate, enfim... Não como muito para evitar engordar demais durante a gravidez.

Hoje, logo após acabar de me deliciar com um bombom serenata de amor, comecei a ficar preocupada com os possíveis efeitos ruins que a ingestão de chocolate poderiam causar ao bebê. Vida de gestante é assim, tudo você acha que pode fazer mal à criança, e a internet está cheia dos maiores absurdos e lendas (um dia reúno tudo que vi pela net num post aqui no blog).

Eis que me deparo com esta matéria maravilhosa! Haha! Meu bebê vai ser muuuuuito feliz ;)

Leite

Se a dor que sinto nos seios for diretamente proporcional à quantidade de leite que vou produzir pro bebê, então vou ter leite para alimentar cinco crianças. Abram as porteiras!

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Respostas

Estava refletindo sobre as crianças e as respostas sapecas que elas dão aos adultos. Já estou imaginando as respostas que vou ouvir do meu filho ou da minha filha. Eu mesma dizia coisas um tanto inusitadas para minha mãe quando pequena. Vou contar duas histórias.

Estávamos eu e minha mãe passeando pelo shopping, quando avistei uma boneca que eu queria muito pra mim. Mainha, naquela época ainda mais dura do que hoje, disse que não tinha dinheiro para comprar a boneca. Ao que eu respondi:

Eu pirralha: Mas tem cheque?

Em outra oportunidade, fomos jantar numa pizzaria. Chegando lá minha mãe conta que eu olhei feio pra pizza, fiz bico, cruzei os braços, emburrei de vez, e disse, em voz alta e chorando:

Eu pirralha: Não quero isso, eu quero cuscuz!!!

Minha mãe, é claro, morreu de vergonha com a filha tabaroa na pizzaria hahahaha!

Quem?

Tô eu me sentindo a maior velha, toda cheia das responsabilidades, pagando minhas contas, professora e mãe, quando vou comprar um simples cafezinho e meu mundo desmorona...

- Moço, quanto é o café?

- 50 centavos, menininha.

o.O

sábado, 5 de maio de 2012

Ciúme

Meu irmão caçula sempre foi o queridinho da casa, o bebêzão, o xodó. Então ele acabou não lidando bem com a notícia de que eu vou ser mãe. Primeiro porque ele tem muito ciúme de mim e pela vontade dele eu morria sem dar um beijo na boca; segundo porque, com o nascimento da criança, ele perde o posto de eterno baby.

Como estou em Belo Horizonte e minha família em Aracaju, ele vive dizendo que é mentira essa história.  Vai ser engraçado quando eu chegar lá de bucho. Minha estratégia para ele lidar da melhor forma possível com o bebê é dar uma função importante pra ele, no caso eu o chamo de TIO. Digo que o bebê vai jogar bingo com ele (ele está muito animado com o bingo que ganhou um dia desse), mas parece que não adianta. Ele está cismado mesmo. Um dia desse perguntei no facebook:

Eu - Você gosta do meu bebê?

Caçula - Não.

Assim, curto e seco hehe. Quando contei pra minha mãe, ela riu e lembrou de quando nasceu o meu segundo irmão (o caçula é o 4°, eita mulher que gosta de parir). Mainha conta que eu, na época com dois aninhos, ao chegar no hospital e ver minha mãe com meu irmão no braço, disse assim:

Eu pirralha - Mainha, o que é isso?

Mãe - É seu irmão, Tiago.

Eu pirralha - Tá bom, deixe ele no berço e me coloque no braço!

Baseada nessa história, quero só ver o que meu irmão irá aprontar quando meu bebê nascer...

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Cheirinho

Uma coisa muito gostosa é cheirinho de bebê. Impressionante, mas não tem nada mais fofo do que aquela pele macia e aquele cheirinho que só neném tem. Vivo sonhando com o cheirinho do meu bebê. Vou dar muito abraço e beijinho nesse bebê, ele ou ela que se prepare!